Exercício físico protege a cognição durante o envelhecimento

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A prática de atividade física já é conhecida mundialmente como alternativa para o tratamento e prevenção de diversas condições de saúde. Mais recentemente, um estudo da USP (Universidade de São Paulo), publicado pelo periódico científico The Journals of Gerontology, destacou que o exercício, aplicado de forma regular à rotina, preserva a cognição de pessoas idosas.

Durante a pesquisa, que teve como amostragem 45 pessoas com idade entre 60 e 65 anos, foi observado que aqueles que se mantinham ativos apresentaram maior volume cerebral quando comparados aos sedentários. De acordo com o estudo, existe uma associação entre um maior volume cerebral e melhor desempenho cognitivo, ou seja, processamento de informações, raciocínio, atenção e memória. 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define, entre suas diretrizes, que a prática de atividade física e a redução do comportamento sedentário são ações benéficas para todos. Para André Moraes, personal trainer especialista em reabilitação e treinamento da terceira idade, os estudos científicos e recomendações de instituições mundiais de saúde comprovam uma evidência que já vinha sendo observada pelos profissionais da área.

“É visível em inúmeros casos da terceira idade as melhorias nas habilidades cerebrais: atenção, associação, raciocínio, memória. Um corpo em movimento está propenso a níveis mais altos de serotonina, sensação de bem-estar, regulação da temperatura corporal e do ritmo cardíaco”, complementa André.

Sobre a frequência e forma como as atividades podem ser inseridas no dia a dia,  o Guia de Atividade Física para a População Brasileira define que, para pessoas a partir dos 65 anos, o ideal são 150 minutos de atividade física moderada por semana. Já em caso de maior resistência física, a atividade classificada como rigorosa deve ser de, pelo menos, 75 minutos por semana. Entre as diversas possibilidades de programas orientados por profissionais, mencionados pelo guia do Ministério da Saúde, está também o treinamento funcional. 

Treinos adaptados e adequados à condição física

André Moraes, que tem o público idoso compondo boa parte dos seus alunos, salienta que o grupo passa a entender, na prática, que envelhecer com saúde é uma conexão entre mente, corpo e alma: “Durante os treinos funcionais, o aluno pode recuperar movimentos naturais do dia a dia que já não estavam mais habilitados a cumprir, passam a melhorar o equilíbrio, mobilidade e flexibilidade, isso resgata sua autonomia e confiança de forma significativa”.

O profissional ressalta que, para iniciar um treinamento funcional, é preciso observar a recomendação médica. “Não é indicado nenhum tipo de treino sem liberação médica e de um acompanhamento de um profissional do esporte. O aluno que, sem os devidos cuidados, passa a se exercitar sem conhecimento, está correndo um alto risco de lesões graves”, alerta o personal. 

Ainda de acordo com o guia do Ministério da Saúde, para além de benefícios neurológicos, como destacado pela pesquisa da USP, tornar-se fisicamente ativo também contribui para a qualidade de vida, reduzindo os sintomas de ansiedade e de depressão, ajudando no controle da pressão alta, colesterol e o diabetes (alto nível de açúcar no sangue), diminuindo o risco de desenvolver doenças do coração e alguns tipos de câncer e melhorando a saúde dos pulmões. 

“Nunca é tarde para começar. O treinamento funcional concentra-se em aprimorar a força, a resistência, a flexibilidade, a coordenação motora e o equilíbrio de forma integrada. É uma abordagem versátil para aprimorar a forma física geral e a qualidade de vida”, complementa André Moraes. 

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