Deficiência de testosterona: um problema que afeta cada vez mais homens

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A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, através do Departamento de Endocrinologia Feminina, Andrologia e Transgeneridade (DEFAT/SBEM) lança uma campanha para conscientizar a população sobre uma questão importante: o tabu masculino de não procurar o médico e atrasar o diagnóstico e o tratamento de uma condição clínica que pode afetar negativamente o metabolismo, a composição corporal e óssea, a saúde sexual e a qualidade de vida dos homens.

O hipogonadismo masculino acontece quando os testículos não funcionam adequadamente, gerando incapacidade em sintetizar concentrações fisiológicas adequadas de testosterona (deficiência do hormônio) e/ou de produzir número adequado de espermatozoides, comprometendo a fertilidade. Embora seja cada vez mais reconhecido no campo médico, a prevalência é subestimada, com muitos homens sem diagnóstico e sem tratamento adequado. Segundo o presidente do Departamento de Endocrinologia Feminina, Andrologia e Transgeneridade da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Marcelo Ronsoni, estima-se que a incidência seja de 12,3 casos a cada mil pessoas por ano, e que a função testicular inadequada afeta cerca de 9,4% dos homens idosos na população em geral.

De acordo com o especialista, atualmente já se sabe que existe uma relação clara entre o hipogonadismo masculino e as doenças metabólicas, como diabetes tipo 2 e obesidade. Com o aumento da incidência desses distúrbios, comumente relacionados a um estilo de vida sedentário e hábitos alimentares não saudáveis, o número de pessoas afetadas pela condição tende a crescer.

Estudos indicam que cerca de 25% a 40% dos homens com diabetes tipo 2 apresentam hipogonadismo, aumentando para 50% quando a obesidade está presente. Essa ligação entre o hipogonadismo e as doenças metabólicas torna o diagnóstico e o tratamento ainda mais cruciais para a saúde masculina.

No entanto, um dos maiores desafios enfrentados pelos profissionais de saúde é a relutância dos homens em procurar cuidados médicos. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Instituto Lado a Lado Pela Vida, a maioria dos homens brasileiros (62%) e latino-americanos (73%) só procuram ajuda quando os sintomas se tornam insuportáveis. “Essa busca reduzida por atendimento médico regular, juntamente com a falta de informações a respeito das alterações hormonais, dificultam o diagnóstico precoce do hipogonadismo masculino e a intervenção adequada”, destaca Ronsoni.

Os sintomas do hipogonadismo masculino incluem queda da libido, redução dos pelos corporais, redução do volume testicular, disfunção erétil, irritabilidade, sonolência, depressão, perda de massa muscular, aumento da gordura corporal e diminuição da densidade mineral óssea. “No entanto, esses sintomas podem ser atribuídos erroneamente ao processo natural de envelhecimento ou a outros fatores, o que torna o diagnóstico diferencial correto necessário”, acrescenta o endocrinologista.

O especialista alerta que é essencial que os profissionais de saúde estejam atentos ao hipogonadismo masculino e realizem a avaliação adequada, quando houver sinais e sintomas compatíveis com a diminuição da função testicular. “Com uma abordagem assertiva é possível identificar essa condição de forma correta e eficiente, permitindo o início do tratamento aos homens que necessitam, melhorando a qualidade de vida”, ressalta.

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