Gravidez tardia vira preferência na região metropolitana

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Com o avanço dos estudos sobre a saúde da mulher e a constante busca por independência, algumas mudanças de comportamentos vêm sendo percebidas no que diz respeito à gravidez no Brasil nos últimos 20 anos.

Dados DATASUS E FIOCRUZ mostram que a maternidade em mulheres mais velhas tem aumentado: enquanto em 2000 o número de bebês nascidos de mulheres a partir dos 35 anos foi apenas de 9,1%, em 2020 o número de mulheres que engravidaram com 35 anos ou mais foi de 16,5%, do total de mães que tiveram filhos nesse ano.

A percepção é exatamente essa por profissionais que trabalham diretamente com fertilidade, demonstrando uma mudança de planejamento de vida. No Rio de Janeiro, a Dra. Cristiane Coelho, especialista em fertilidade, comenta sobre sua visão a respeito da gravidez tardia ter ganhado espaço em regiões metropolitanas, como Niterói e Rio de Janeiro, por exemplo. “Na sociedade atual, com foco na carreira e independência, recebo no consultório mulheres têm adiado a maternidade para gestações mais tardias, influenciadas pela pressão financeira e profissional das áreas urbanas e desafios na busca por parceiros compatíveis”, explica.

A médica ressalta, ainda, que muitas pacientes optam pelo congelamento de óvulos, por aumentar a possibilidade de terem uma gravidez no futuro. 

Ainda de acordo com os dados do DATASUS e da FIOCRUZ, no ano 2000 a fecundidade concentrava-se em mulheres mais jovens, entre 20 e 34 anos, que respondia por 67,4% da fecundidade total. Após 20 anos, a redução da gravidez em mulheres dessa faixa etária diminuiu para 57,8%, representando uma redução de quase 10%, o que confirma que a fecundidade no país está se tornando mais tardia.

Foi o que aconteceu com Fernanda Souza*, paciente da Dra. Cristiane, que congelou seus óvulos aos 30 anos e optou por utilizá-los aos 40 anos, quando já era diretora de marketing de uma grande empresa: “Eu e meu marido tínhamos o desejo de ter um filho, mas sabíamos que ainda não era a hora. Eu desejava crescer profissionalmente e queríamos ter nossa casa própria, então optamos pelo processo”, conta Fernanda, que deu a luz ao pequeno Matheus este ano.

*Nome fictício (a paciente não quis que seu nome fosse revelado).

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