Pesquisa aponta altas de 98,3% em consorciados de caminhões e 194,9% em adesões

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O transporte rodoviário de carga no Brasil tem papel fundamental na história do desenvolvimento e na interligação das diversas regiões. Sejam produtos destinados às atividades produtivas ou de consumo, em todos os sentidos continentais do país, o fluxo de deslocamentos de insumos e bens prontos vem crescendo ao longo de décadas.

A modernização do segmento trouxe impactos positivos nas economias urbana e rural, na vida das pessoas e no meio ambiente. Nas décadas de 60 e 70, com a chegada das primeiras montadoras, o mercado de transporte rodoviário de carga passou a contar também com o sistema de consórcios, um facilitador de negócios.

A expansão do Produto Interno Bruto do setor de Transporte, Armazenagem e Correios em 1,2% no primeiro trimestre deste ano registrou crescimento de 5,1% em relação ao mesmo período do ano passado.

Apoiada no cenário de crescente procura pelo consórcio de veículos pesados, onde os caminhões estão inclusos, a assessoria econômica da ABAC (Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios) realizou levantamento junto às empresas associadas à entidade, que participam deste setor, para avaliar o desempenho acumulado do mecanismo de junho de 2020 até o mesmo mês deste ano. 

Um retrato do setor detalha que, do total de participantes ativos em veículos pesados, dois terços referem-se a consorciados que desejam adquirir caminhões e um terço tem por objetivo a compra de máquinas e implementos agrícolas.

Nos grupos de consórcios de caminhões em andamento, a relação apontou a existência de pouco mais de 230 mil consorciados ativos em junho de 2020 que, com 98,3% de crescimento, atingiu quase a marca de 460 mil, após três anos. Desta forma, considerando somente os participantes que desejam caminhões, os totais em junho passaram de 231,88 mil, em 2020, 289,29 mil, em 2021, 356,48 mil, em 2022, até 459,92 mil, em 2023.

A pesquisa teve como foco principal o segmento de transporte rodoviário de cargas, considerando principalmente a intermodalidade e a integração das suas diversas categorias: dos caminhões leves, que têm acesso às áreas urbanas, aos extrapesados, que cumprem longos percursos e rodam pelas estradas.

A gradativa recuperação, pós-pandemia, apesar das turbulências provocadas por influências internas, como custo dos combustíveis, ou por internacionais, como as consequências da guerra no leste europeu e oscilações cambiais, colocou o consórcio no transporte rodoviário de cargas como fator importante para a economia, visto que 65% de tudo que é transportado no país é por via rodoviária. 

A análise revelou ainda que, naquele período, as adesões aos consórcios demonstraram fortes e consistentes avanços. Na comparação entre os seis primeiros meses de 2020, quando foram acumuladas 29,05 mil novas cotas, e o mesmo período deste ano, e o mesmo período deste ano, atingiu 85,67 mil novas vendas, verificando-se um aumento de 194,9%.

Paralelamente, a somatória de 24,05 mil consorciados contemplados nos seis primeiros meses de 2023, no mesmo intervalo de três anos, anotou alta de 72,4% sobre o total de 2020, ocasião em que as contemplações atingiram 13,95 mil. Somente neste ano, anotaram potencial injeção de R$ 3,97 bilhões em recursos no setor.

Com perfis formados por 52,8% de pessoas jurídicas e 47,2% de físicas ou autônomos, os consorciados ativos de caminhões têm focado principalmente o planejamento na troca e na renovação de veículos, bem como na ampliação de frotas.

O Sudeste continua na liderança das vendas de cotas com 39,9%, seguido do Sul com 20,2%, Nordeste com 17,4%, Centro-Oeste com 14,7%, e a região Norte ficou com 7,8%.

Com sua característica de flexibilidade na utilização do crédito, dentro de cada segmento, de acordo com a legislação em vigor, o sistema de consórcios mais uma vez se mostrou ideal ao se ajustar ao momento e à situação de cada consorciado. Entre os tipos com maior utilização do crédito por ocasião da contemplação, estiveram os caminhões leves, com 51,3%; os médios, com 33,5%; os pesados, com 15,0%; e os extrapesados, com 0,2%.

As contemplações ficaram distribuídas em 33,0% na região Sudeste e 26,3% na região Sul. Em terceiro lugar ficou o Centro-Oeste com 18,9%, seguido da região Nordeste com 15,7% e da Norte com 6,1%. Foi possível ainda observar a estabilidade das potenciais participações das contemplações no mercado consumidor de caminhões que atingiram 32,3% no período de janeiro a junho deste ano, enquanto no mesmo período no ano passado eram de 34,9%. Portanto, ao registrar potencialmente um terço das vendas no mercado interno, o mecanismo mostrou-se como alternativa para aquisição de veículos de carga.

“A expressiva potencial participação das contemplações no mercado interno do transporte rodoviário de cargas”, diz Paulo Roberto Rossi, presidente-executivo, “sinaliza a importância do consórcio na renovação ou ampliação de frotas, apoiada em planejamento e em custos mais baixos. Face às peculiaridades, que difere o consórcio das demais formas de aquisição disponíveis no mercado, trata-se de excelente opção para autônomos e empresários”, adiciona. 

Ao realizarem adesão à modalidade, consorciados, independente da área de operação, optaram por créditos entre R$ 45,00 mil e R$ 1,56 milhão, com o valor do bem sendo de R$ 180,00 mil, em média.

A taxa média de administração mensal dos grupos foi de 0,145% para um prazo médio de 98 meses de duração dos grupos. Os reajustes periódicos estabelecidos, consideraram a tabela do fabricante para 71,4% e o IPCA, para 28,6%, para os contratos em andamento.

Segundo Rossi, “com as boas perspectivas para a economia, nos quais os caminhões têm função importante, como, por exemplo, no agronegócio, cuja projeção de crescimento variou de 8% a 10%, e a alimentação, que apresentou avanço de 8,8% nos primeiros meses do ano, as perspectivas para o consórcio de caminhões são as melhores”. 

O mecanismo tem características exclusivas como custo final baixo; prazos longos; aproveitamento de até 10% do crédito para despesas com documentação, tributos e seguro; parcelas mensais ajustadas aos orçamentos e, especialmente, a preservação do poder de compra, com as correções dos créditos sem cobranças retroativas, beneficiando diretamente todos aqueles que atuam nesse setor de transporte de cargas.

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