Pequenos hoteleiros precisam apostar em visibilidade on-line

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Começando pelo básico. Enquanto o orçamento é baixo, cuidar da imagem na internet é a forma mais eficiente de hotéis menores se comunicarem com os adeptos da informação digital

Investir em ferramentas básicas – como sites de reputação e reservas – e participar de associações são as saídas para pequenos e médios hotéis ganharem visibilidade on-line. Para especialistas, concentrar a verba é estratégia-chave para quem ainda não possui caixa para planos maiores.

Ao contrário de redes de grande porte como a Accor, que investiu 275 milhões de euros para aumentar a sua presença digital, pequenos hotéis ainda têm dificuldade em conseguir o aporte necessário para entrar no meio on-line. De acordo com a sócia-diretora da consultoria Mapie, Carolina Sass de Haro, a melhor saída é concentrar os investimentos nas ferramentas com eficiência comprovada. “Tem que ir no tiro certo”, diz.

Segundo ela, utilizar agências de viagens on-line (OTA) e sites de reputação, como Booking.com e o TripAdvisor, são os métodos mais indicados para pequenos hoteleiros. “Se tiver que focar o investimento, essas é a ferramenta recomendada.”

De acordo com pesquisa realizada pela Mapie, o Booking.com e o TripAdvisor são as principais sites utilizados pelos consumidores que compram on-line. “92% dos consumidores realizam pesquisas pelo Booking.com e 76% fazem reservas pelo mesmo canal”.

Questionada sobre o uso de mídias sociais, a especialista acredita que a presença é essencial, mas não deve exigir muito investimento. “O público do Facebook e do Twitter não são os mesmos que reservam on-line. A presença nas mídias sociais não geram vendas automaticamente”, aponta Carolina.

Como dica para estar nas redes sociais, Carolina assinala a importância de informações relevantes. “Imagens inspiracionais e a descrição de forma romântica”, afirma. Para a executiva, o público procura incentivos para viajar e apontar apenas as especificidades técnicas não ajuda na escolha.

Foco

O gerente de marketing de campo da desenvolvedora de tecnologia Revinate na América Latina, Alan Guacarán, concorda. Segundo ele, pequenas também conseguem aproveitar o marketing digital de menor custo. Mas o desafio é conseguir personalizar. “As redes vendem o padrão, já as pequenas têm que saber vender sua peculiaridade”, diz Guacarán.

Para garantir que o diferencial do hotel seja transmitido, o executivo aponta que é possível aproveitar as pesquisas de satisfação digital. “Tem que ser on-line. Pode ser e-mail marketing após a estada ou através do site”, diz. Segundo ele, é possível vincular as pesquisas aos perfis dos sites de reputação, que posteriormente serão visualizados por possíveis clientes do empreendimento. “O mais importante para a pequena é a reputação, porque é o que o consumidor usa como referência”, ressalta.

No caso de hotéis de médio porte, em geral empresas familiares, ele afirma que o trabalho pode ser um pouco mais profundo. “As mudanças podem ser operacionais”, explica.

Guacarán aponta que no caso de quem tem um orçamento um pouco maior é possível criar uma base de dados com as pesquisas de satisfação para moldar o produto do hotel ou até realizar reformas.

Um empreendimento que tem crescido e percebido a importância de diversificar os canais de comunicação e venda é o Hotel Fazenda Vale da Mantiqueira. Há três meses, a empresa que possui 180 quartos contratou o gerente comercial Richard Ericson Silvestre para ampliar os canais de venda. “Há 15 anos eram 30 apartamentos e com a ampliação, o hotel viu a necessidade de aumentar os canais de distribuição”.

Para o vice-presidente de informação da União Nacional de CVBx Unedestidos, Toni Sando de Oliveira, aliar-se a entidades e associações também é uma forma de conseguir visibilidade. No caso dos Conventions Bureau, ele indica que além de material de divulgação do destino, as hoteleiras conseguem acompanhar o movimento de mercado e aproveitar os eventos corporativos das cidades que possuem centros de exposição. “O problema é que o brasileiro não é associativo. Tem que mudar a cultura”, aponta.

“E não tem como promover o hotel sem promover o destino, a menos que seja muito conhecido”, ressalta Oliveira. Segundo ele, a gestão corporativa também deve mudar e ser profissionalizada. “Os hotéis devem se preparar para investir em tecnologia. Eles devem começar a formar um fundo de reserva”.

Independentes

Mesmo no caso de hotéis de grande porte, o investimento em tecnologia continua sendo um desafio quando se trata de empresas independentes, já que exige o aporte de uma rede (site próprio, motor de reservas e aplicativos) para um único empreendimento. “O independente precisa porque não tem a força de uma marca por trás”, diz a gerente de marketing e vendas, Patrícia de Sá.

Ela conta que o hotel teve que adaptar-se para atender o seu público de luxo. “Eles são os que mais possuem e usam dispositivos no dia-a-dia”. A mudança não ocorreu apenas no número de tomadas dos quartos, como exigiu investimento em um site responsivo com sistema de reservas integrado entre os canais. Com isso, o hotel conseguiu antecipar suas reservas de lazer aos finais de semana. “Quem comprou com antecedência de três dias no Réveillon de 2014, não conseguiu em 2015”, completa.

O diretor comercial do Paradise Golf & Convention, Ricardo Aly, também fez investimentos na área e neste ano deve lançar o novo site e aplicativo do hotel. “A lição de casa para o independente é mais robusta, porque a bandeira tem o modelo standard e a independente não”.

Fonte: DCI/Vivian Ito

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