Chef premiada, Giovanna Grossi, busca inspiração em ingredientes da culinária de MS

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Com 24 anos de idade, a chef Giovanna Grossi acumula grande experiência no universo gastronômico, o que garantiu várias premiações ao longo da sua trajetória culinária.

É a primeira mulher a vencer a etapa brasileira do concurso Bocuse D’Or, no México. Foram dez concorrentes, onde cada um representou seu país, apenas três foram para a final que acontecerá no próximo ano em Lyon, na França: Brasil, Uruguai e Guatemala. O evento é considerado a Copa do Mundo da gastronomia.

Na competição, era obrigatório que o prato tivesse ingredientes típicos de seu país. Giovanna preparou uma tilápia no vácuo, servida sobre acelga fermentada e acompanhada por mandioquinha e farinha de uarini, banana-da-terra com mandioca e papoula, além de tartar de camarão com aspic de jambu e caldo de peixe com tucupi.

A convite do chef sul-mato-grossense Paulo Machado, Giovanna veio pela primeira vez a Mato Grosso do Sul, na semana passada, para conhecer a cultura e a gastronomia sul-mato-grossense. Como representante do Brasil no concurso mundial, a chef tem buscado inspiração para a criação de novos pratos. Com pouco tempo na agenda, Giovanna conheceu Campo Grande e um pedacinho do Pantanal, mas garantiu que volta e incluirá Bonito no roteiro.

Como não poderia deixar de ser, Giovanna foi recepcionada em Campo Grande pela chef Dede Cesco com um jantar típico da culinária pantaneira, que carrega a herança dos costumes dos peões que cruzam até hoje os pastos alagados em comitiva. O arroz carreteiro, macarrão de comitiva, paçoca, caribéu e o pacu foram alguns dos pratos apreciados e considerados por ela um banquete incrível. Para acompanhar o tradicional arroz carreteiro, a chef visitante elaborou um vinagrete com o cumbaru. A castanha do cumbaru ou baru, como também é conhecida, possui inúmeros benefícios para a saúde. Típica do cerrado é possível preparar deliciosas receitas com o fruto.

Já no Pantanal a chef saboreou o churrasco pantaneiro e o caldo de piranha. Giovanna também provou a sopa paraguaia e o tereré, muito apreciado. Os pratos típicos do Pantanal incluem carnes, peixes, massas e receberam até mesmo influência da cultura paraguaia. “A bocaiuva, a guariroba, o cumbaru, garanto que a maioria dos brasileiros não conhece, são sabores incríveis que não encontramos em qualquer lugar do país”, garantiu.

Ela destacou ainda a grande influência estrangeira na gastronomia de Mato Grosso do Sul. “A gastronomia é isso, sempre estamos aprendendo, sempre conhecendo novos ingredientes que nunca vimos. Os alimentos contam muito da nossa história”, ressaltou.

Trajetória – O vínculo de Giovanna com o universo gastronômico vem de sua estreita familiaridade com o ambiente do restaurante dos pais, em Maceió, nordeste do Brasil.

Sua curiosidade fez com que aprendesse a fazer bons pratos, mas foi sua determinação e perseverança que a levou além e a fez seguir rumos certeiros em seu ofício. Aos 19 anos se formou em gastronomia na faculdade Anhembi Morumbi e, logo depois, iniciou seus estudos e imersão no rígido Instituto Paul Bocuse. Após a conclusão do curso, passou a trabalhar ao lado de grandes chefs em restaurantes estrelados como a Maison Pic e Taillevent, ambos na França, e Quique da Costa e Espai Sucre, na Espanha.

A vontade de voltar ao Brasil fez com que participasse da seleção brasileira para o concurso Bocuse d’Or. Seu foco, disciplina e criatividade contribuíram para ser selecionada em primeiro lugar para representar o Brasil na etapa da América Latina. Vem se dedicando intensamente ao treinamento, junto com a equipe, para conquistar os jurados do Concurso Bocuse d’Or e se qualificar para representar o Brasil na final em Lyon, França.

O concurso – Criado em 1987 por Paul Bocuse, que completou 90 anos é o único chef a deter três estrelas Michelin por 50 anos ininterruptos. O Bocuse D’Or é considerado a Copa do Mundo da gastronomia, sempre realizado dentro da feira de negócios Sirha, organizada pela multinacional francesa GL Events. Até hoje, nenhum país das Américas chegou a qualquer colocação do pódio, sempre dominado por europeus (dois países asiáticos já ficaram em segundo e terceiro lugar). A França é a recordista do topo do pódio, sete vezes campeã, seguida da Noruega, pentacampeã. O Brasil, que já foi à final em Lyon por nove vezes, teve como melhor colocação a 10ª posição, em 1997.

Fonte: idest

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