Refrigerantes À Base De Cola Têm Muita Cafeína

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A Proteste realizou teste em 13 marcas de refrigerantes à base de cola para analisar a qualidade dos produtos. Em cinco delas foi encontrado excesso de cafeína. A pesquisa também avaliou a higiene, valor calórico e preços das bebidas.

Fonte: CozinhaNet

A Proteste – Associação Brasileira de Defesa do Consumidor realizou uma pesquisa com 13 marcas de refrigerante à base de cola (Sendas Cola, Coca-Cola, Pepsi, Schin Cola, Dolly Cola, Dream Cola Convenção, Great Value Refrigerante Cola, Pitchula Cola, Coca-Cola Light, Big Cola, Pepsi Light e Tina Pet Cola) para avaliar a qualidade dos produtos mais vendidos no mercado. O principal problema encontrado foi o excesso de cafeína em cinco refrigerantes e a falta de informação adequada nas embalagens.

Além do rótulo e a composição da bebida, a pesquisa avaliou higiene, valor calórico e preço do produto. Apesar de constatar que todas as marcas estão de acordo com a legislação brasileira, a ProTeste foi mais rigorosa no teste e levou em conta padrões internacionais para a fabricação de refrigerante de cola.

No Brasil, o fabricante está autorizado a colocar até 20 miligramas de cafeína a cada 100 miligramas do refrigerante (o equivalente a um copo). A ProTeste fez a pesquisa, entretanto, baseado em dados do instituto americano Food and Drugs Administration (FDA). “Nossa preocupação é com as crianças que são os maiores consumidores de refrigerante. Fizemos o teste com base na FDA que diz o quanto uma criança de 10 anos, que pesa em média de 20 a 30 quilos, pode consumir de cafeína”, afirma Maria Carolina Guimarães, engenheira de alimentos da Associação. Dessa forma, a ProTeste concluiu que as marcas Coca-Cola Light, Pepsi, Pepsi Light, Dream Cola, Carrefour contém cafeína em excesso.

Na análise de conservantes, foram reprovadas a Coca-Cola Light, Pepsi Light, Dolly, Schin, Big e Pitchula. Maria Carolina diz que essas marcas usavam dois tipos de ácidos conservantes, que são dispensáveis. “Se as outras marcas conseguem deixar de usar dois tipos de conservantes porque essas não podem?”, indaga.

Embalagem
Outra irregularidade encontrada é quanto à falta de informações na embalagem. O refrigerante Tina Pet Cola foi o que apresentou mais problemas. Segundo a ProTeste, o rótulo não indicava que o produto era light e, em contrapartida, dizia que havia cafeína entre os ingredientes, o que não era verdade. Das 13 marcas avaliadas, apenas cinco (Pitchula, Dolly, Sendas, Coca-Cola e Coca-Cola light) traziam dados da data de fabricação e prazo de validade.

Fabricantes contestam os resultados do teste
Os fabricantes de refrigerante não concordaram com o resultado do teste. A Tina Pet Cola diz que “fabrica uma refrigerante de baixa caloria, que não contém açúcar. A palavra light indica que a bebida tem açúcar o que não é nosso caso. O Ministério da Agricultura não nos autorizou a usar a palavra no rótulo por isso”.

A Dream Cola Convenção diz que “seu refrigerante contém cafeína no limite permitido pela lei brasileira, com 16 miligramas para cada 100 miligramas de bebida”.

A Schin Cola afirma que não há nada de errado com o produto. “O teste fala em excesso, mas isso só ocorre se o produto estiver fora do padrão, o que não acontece”.

A Pitchula Cola informa que “no Brasil os refrigerantes estão autorizados a usar conservante químico”. Já o Sendas Cola alega que “o refrigerante é feito de acordo com as normas brasileiras”.

O Carrefour esclarece que “a quantidade de cafeína usada foi aprovada pelo Ministério da Agricultura”.

A Dolly diz que “os produtos atendem a legislação vigente para aditivos para uso em bebidas, conforme resolução 4 de 24 de novembro de 1998, do Ministério da Saúde”.

As demais empresas mencionadas na pesquisa (Big, Coca-Cola, Pepsi e Great Value Refrigerante Cola) não retornaram ligação ao Diário.

Fonte: Jornal Diário de São Paulo, Março 2003

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